Seus dias se confundem
As semanas são todas iguais
O aguardado final de semana não alivia as tensões acumuladas
Até que não se aguarde mais os finais de semana
As semanas se repetem
Meses se passam
Chuva, nuvens, noites, sol
Mas no quarto, o ar mal se renova
Falta ar, falta renovação, falta liberdade
Falta o que mais para mudar?
Não há tempo para pensar
A noite chega, a noite passa, o sono prevalece
Mais um dia... para quê?
Não se trata mais de sobrevivência
Não se trata mais de rotina
Quando se percebe, está automatizado
Não há sonhos, indagações, ou mesmo medos
Se escassa o tempo, faltam músicas! Livros então...
Quais as prioridades? Ele se pergunta
E tudo que sonhou? E tudo que quis ser?
E tudo que nunca se quis ser?
O que ser? Qual o caminho?
Escuridão plena
Será que é na escuridão, de fato, que se vê mais estrelas?
"Mire na lua, se errar, pelo menos acertará uma estrela"
Oh, estrela, brilhe!
Brilhe para que eu possa lhe enxergar!
"Pelo menos olhe para o céu!"
Não há tempo
Era um sonho? Alucinação?
Cerveja? Erva? Doce?
Não me traga de volta!
Alivie meus ombros!
O despertador toca (?)
Não se sabe mais
Perde-se a benção do sono
Perde-se o amor pelo natural
Desesperadamente, busca-se a criatividade que um dia aqui habitou
A criticidade, os questionamentos, sonhos... perdidos
Volte... voltem... antes que seja tarde demais...
Não se esqueça do seu remédio! Aproveite enquanto ainda dormes naturalmente
Mas a respiração falta, o ar se aperta, a cabeça gira! A cabeça grita!
Chegou sua hora! Hora de soltar-se dos cintos, dos medos. Retomar a esperança! Eu sinto.
Sinto muito.
Então chegou a hora. O alívio. A dor (?)
Por favor, não me salve! Não! Não me salve!
Já vejo a luz, já sinto a paz
Finalmente o fim! O começo do recomeço (?)
Meu fim. Minha volta.
Tudo que aprendi se espiritualiza. Aqui eu termino.
As lâmpadas se apagam
Os equipamentos desligados
O ar não mais me faz falta
Sou Aquele. Sou único
Sou O Criador, a cria, o pó
beyond the touchable
Divagações de um analfabeto e ex-escritor em atividade
quarta-feira, 25 de maio de 2016
sexta-feira, 11 de julho de 2014
sexta-feira, 28 de junho de 2013
Não pergunte
Desculpe-me, meu bem, se não sei colocar em palavras o que se passa nos profundos de meus pensamentos.
Só queria te perguntar, naquela hora, se há alguém intercedendo por nós.
O que é isso que pressiona meu peito quando me deito à noite? São pensamentos escapando da minha mente e atrapalhando minha respiração?
Por quê? Por que, meu bem, minha alma vaga por montanhas e nuvens, e meu corpo está acorrentado à essa árvore cortada e beneficiada?
Não é pelo português ruim, não é por não gostar de pessoas, não é por maldade, é por ter em mim, mais perguntas do que respostas.
Por ter um coração que pulsa, mais do que a língua coça. Uma necessidade de respirar sufocada por concreto.
Sei que é irônico, tento sempre achar graça, ajuda a aliviar.
Derrubar para construir. Se destruir para levantar.
Mas tens que concordar, nem sempre fazemos o que queremos.
Mas o que fazer com uma vida que é uma só?
E se o além não existir? Se tudo que você tem é uma chance?
Não espero pela vida eterna, mas vivo como se fosse viver pra sempre: esperando.
Não quero mais esperar. Meu bem, me ensine o desapego! Como dar as costas sem ignorar?
Como viver sem viver? Como rezar sem saber?
Desculpe, meu bem, não preciso de nenhuma dessas respostas. Só preciso que saiba conviver com as perguntas que carrego.
As respostas, só o tempo tem. Mas o maior dos medos, é quanto tempo temos.
Só queria te perguntar, naquela hora, se há alguém intercedendo por nós.
O que é isso que pressiona meu peito quando me deito à noite? São pensamentos escapando da minha mente e atrapalhando minha respiração?
Por quê? Por que, meu bem, minha alma vaga por montanhas e nuvens, e meu corpo está acorrentado à essa árvore cortada e beneficiada?
Não é pelo português ruim, não é por não gostar de pessoas, não é por maldade, é por ter em mim, mais perguntas do que respostas.
Por ter um coração que pulsa, mais do que a língua coça. Uma necessidade de respirar sufocada por concreto.
Sei que é irônico, tento sempre achar graça, ajuda a aliviar.
Derrubar para construir. Se destruir para levantar.
Mas tens que concordar, nem sempre fazemos o que queremos.
Mas o que fazer com uma vida que é uma só?
E se o além não existir? Se tudo que você tem é uma chance?
Não espero pela vida eterna, mas vivo como se fosse viver pra sempre: esperando.
Não quero mais esperar. Meu bem, me ensine o desapego! Como dar as costas sem ignorar?
Como viver sem viver? Como rezar sem saber?
Desculpe, meu bem, não preciso de nenhuma dessas respostas. Só preciso que saiba conviver com as perguntas que carrego.
As respostas, só o tempo tem. Mas o maior dos medos, é quanto tempo temos.
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013
Espaços Vazios
As luzes da cidade que me impedem de ver o brilho das estrelas;
Os prédios subindo que me impedem de observar o céu claro;
Pilhas de papel, celulares que me impedem de admirar olhares;
Todas as telas que me impedem de tocar o que é belo e o que é intocável;
Toda essa vida que me impede de viver.
Essa vida que eu sonhei nunca viver.
Vida onde toda sombra vem de paredes e telhados;
Vida em jaulas, cujas chaves carregamos no bolso.
E em minhas orações, preces se esgotam de pedir coragem;
Coragem de deixar para trás, tudo o que a minha frente é colocado;
Coragem de usar as chaves que carrego.
Enxergar além dos muros, além das telas, além dos olhos e além das vidas.
Transcender.
Observar, agradecer e sentir.
sábado, 2 de junho de 2012
Cadente
Já pensou se te encontro na próxima esquina?
Ou naquele olhar ao redor que damos quando, em algum momento, estamos desinteressados no assunto que domina a mesa do bar;
buscando alguém interessante para olhar, algum acontecimento exótico, ou algo que atice uma memória para trocar o foco do momento.
Quem sabe em uma dessas buscas das pupilas, encontre um olho que esteja brilhando mais que os outros;
ou um sorriso que se sobressaia aos demais... pelo menos ao meu gosto.
Ou ainda, da próxima vez que eu entrar em um ônibus, para ir à um lugar qualquer, você sente no banco da frente e eu consiga ler seu nome quando abrir a carteira para pegar o cartão magnético.
Melhor, numa longa viagem, onde eu possa tomar coragem de te oferecer um biscoito e te perguntar para aonde está indo.
Imagine, no show da nossa banda preferida?! Nos empolgando no refrão da música que ninguém liga, mas é a que a gente mais gosta!
No meio da Sapucaí, na recepção do dentista, na fila da padaria.
Na loja que entrei, e experimentei todas as camisas para tentar atrair sua atenção.
Esperando para ser servida do meu lado, no open bar, para eu te dar a vez e ganhar um sorriso seu.
Na xerox da faculdade, copiando o meu poema preferido, do meu livro preferido.
No estádio, disfarçada de flamenguista para fazer o gosto do seu pai e fingindo estar feliz com aquele gol de falta.
Na sacada do seu prédio, olhando o tempo passar.
Subindo a escada rolante do shopping, enquanto, do outro lado, desço aos seus pés.
Deitada no parque, descansando da vida, enquanto aprecia o que ela te oferece.
Talvez nosso primeiro contato seja feito pelas pontas dos dedos;
talvez seja feito aos berros, enquanto tento sobrepor minha voz às batidas eletrônicas ao fundo.
Ficando chateada ao ver o preço do By The Way na prateleira das Americanas.
Ou quem sabe o semáforo nos coloque lado a lado?
Ou um amigo em comum nos coloque frente a frente?
Ou em qualquer lugar que a luz possa te refletir para mim, ou o ar possa trazer seu som e o vento seu cheiro.
Mas, desculpe, acho melhor não esperar.
Porque dificilmente se vê uma estrela cadente quando se está deitado sob o céu esperando por ela;
se vê quando, de relance, volta sua atenção para a noite, e se assusta com a velocidade de um brilho na imensidão escura.
sábado, 3 de março de 2012
Mar de saudade
Obrigado por aparecer assim.
Eu sem pretensão, e você com menos ainda.
Começando assim, uma história só para loucos.
Segui seus passos e fiquei descalço, segui seus lábios e fiquei perdido.
Fechando os olhos para te beijar, era eu, você e o mar.
E hoje quando fecho os olhos, sou só eu - e mesmo distante - o som do mar.
Os encontros diários lavavam meu corpo e minha alma.
E eu voltava sorridente, cantando músicas sobre a chuva sob a chuva.
Uns dias, um susto, um clima, uma sintonia. Uma despedida.
E não há nada pior do que apenas uma despedida.
Eu queria despedir de você todos os dias, ou, ainda melhor, todas as noites. Acordando com um novo 'bom dia'.
E assim você me trouxe de volta a saudade. Saudade que aperta, dói e incomoda. E muito.
Mas me faz lembrar todos os dias que você é real.
Não preciso mais te trazer dos meus sonhos, só te trazer pro meu lado.
Eu sem pretensão, e você com menos ainda.
Começando assim, uma história só para loucos.
Segui seus passos e fiquei descalço, segui seus lábios e fiquei perdido.
Fechando os olhos para te beijar, era eu, você e o mar.
E hoje quando fecho os olhos, sou só eu - e mesmo distante - o som do mar.
Os encontros diários lavavam meu corpo e minha alma.
E eu voltava sorridente, cantando músicas sobre a chuva sob a chuva.
Uns dias, um susto, um clima, uma sintonia. Uma despedida.
E não há nada pior do que apenas uma despedida.
Eu queria despedir de você todos os dias, ou, ainda melhor, todas as noites. Acordando com um novo 'bom dia'.
E assim você me trouxe de volta a saudade. Saudade que aperta, dói e incomoda. E muito.
Mas me faz lembrar todos os dias que você é real.
Não preciso mais te trazer dos meus sonhos, só te trazer pro meu lado.
domingo, 22 de janeiro de 2012
Nem para explicar, nem para complicar. Muito pelo contrário!
Sabe, na verdade, eu não quero muito.
Só deitar e rabiscar as nuvens do céu de manhã e trocar umas estrelas de lugar à noite;
atravessar o mar correndo e subir a montanha à nado. Para não fazer nada. Ou só por fazer.
Baixar a cabeça para a dificuldade, olhar para o pé dela e lhe dar uma rasteira.
Quero uma casa com cachoeira no alto da montanha, só que no meio do mar.
Quero muito sentimento, muita dor, muito calo no pé e na mão.
Quero que o mosquito passeie pelo meu braço sem que eu me incomode.
Quero ser a mosca na sua sopa. E ter várias amigas moscas.
Ser amigo da onça, do leão, da cobra, do percevejo, da cigarra e da formiga.
Quero casar com uma rainha e morar numa colmeia.
Mas não quero mandar, não nasci para isso. Vou trabalhar com minhas operárias e tirar férias até de ser rei.
Quero nunca tirar férias da minha rainha, que vai ser pra sempre minha princesa.
Quero pular de pára-quedas da torre mais alta do meu castelo, soltar dele na metade, bater minhas asas e voar.
Ou pelo menos tentar.
Quero voar o dia inteiro. Abrir todas as gaiolas e jaulas e colocar todo mundo para voar comigo.
Um enxame de bagunça. Levar para voar o papagaio e a tia solteira, o pirata e o Peter Pan.
Quero voar com os golfinhos e os pinguins de Madagascar.
Mergulhar com o gato, o cascão, o piu-piu e o frajola.
Vou contar pro Madinbu, pro Freeza, pra Equipe Rocket, pro Pegasus e pro Vingador que ser bonzinho é muito mais divertido!
Que meu ídolo era bonzinho, mas cansou dos maus e foi morar no Alaska para que ninguém lembre dele;
só que ele foi esquecido de se esquecer que quem é bonzinho, é querido e é lembrado. E agora todo mundo lembra dele o tempo todo!
Vou fazer Hitler apertar a mão do Bob e Bob apertar um pro Hitler.
E ainda vou contar pra ele que ser líder é para os fracos!
E que os fracos são os mais fortes. Porque o Anderson Silva não aguentaria 5 minutos de porrada verbal com Gandhi!
Vou perguntar Ghandi por que ele é baixinho se ele é tão grande.
E ele vai perguntar pro papai do céu por que tamanho não é documento;
E ele vai contar pra todo mundo que o mundo não foi feito pra ser entendido;
que a evolução é burra, que o burro é inteligente, e que os valores estão todos invertidos.
E que ninguém vai ter que esperar 2012 acabar pra saber disso.
Mas o que eu quero mesmo é avisar para esse povo que todo mundo é um só, mas que cada um é cada um.
Porque o impossível depende do ponto de vista, e para as maiores viagens não é preciso nem mesmo sair do lugar!
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