sexta-feira, 28 de junho de 2013

Não pergunte

Desculpe-me, meu bem, se não sei colocar em palavras o que se passa nos profundos de meus pensamentos.
Só queria te perguntar, naquela hora, se há alguém intercedendo por nós.
O que é isso que pressiona meu peito quando me deito à noite? São pensamentos escapando da minha mente e atrapalhando minha respiração?
Por quê? Por que, meu bem, minha alma vaga por montanhas e nuvens, e meu corpo está acorrentado à essa árvore cortada e beneficiada?
Não é pelo português ruim, não é por não gostar de pessoas, não é por maldade, é por ter em mim, mais perguntas do que respostas.
Por ter um coração que pulsa, mais do que a língua coça. Uma necessidade de respirar sufocada por concreto.
Sei que é irônico, tento sempre achar graça, ajuda a aliviar.
Derrubar para construir. Se destruir para levantar.
Mas tens que concordar, nem sempre fazemos o que queremos.
Mas o que fazer com uma vida que é uma só?
E se o além não existir? Se tudo que você tem é uma chance?
Não espero pela vida eterna, mas vivo como se fosse viver pra sempre: esperando.
Não quero mais esperar. Meu bem, me ensine o desapego! Como dar as costas sem ignorar?
Como viver sem viver? Como rezar sem saber?
Desculpe, meu bem, não preciso de nenhuma dessas respostas. Só preciso que saiba conviver com as perguntas que carrego.
As respostas, só o tempo tem. Mas o maior dos medos, é quanto tempo temos.