quarta-feira, 25 de maio de 2016

Deixe que aconteça

Seus dias se confundem
As semanas são todas iguais
O aguardado final de semana não alivia as tensões acumuladas
Até que não se aguarde mais os finais de semana
As semanas se repetem
Meses se passam
Chuva, nuvens, noites, sol
Mas no quarto, o ar mal se renova
Falta ar, falta renovação, falta liberdade
Falta o que mais para mudar?
Não há tempo para pensar
A noite chega, a noite passa, o sono prevalece
Mais um dia... para quê?
Não se trata mais de sobrevivência
Não se trata mais de rotina
Quando se percebe, está automatizado
Não há sonhos, indagações, ou mesmo medos
Se escassa o tempo, faltam músicas! Livros então...
Quais as prioridades? Ele se pergunta
E tudo que sonhou? E tudo que quis ser?
E tudo que nunca se quis ser?
O que ser? Qual o caminho?
Escuridão plena
Será que é na escuridão, de fato, que se vê mais estrelas?
"Mire na lua, se errar, pelo menos acertará uma estrela"
Oh, estrela, brilhe!
Brilhe para que eu possa lhe enxergar!
"Pelo menos olhe para o céu!"
Não há tempo
Era um sonho? Alucinação?
Cerveja? Erva? Doce?
Não me traga de volta!
Alivie meus ombros!
O despertador toca (?)
Não se sabe mais
Perde-se a benção do sono
Perde-se o amor pelo natural
Desesperadamente, busca-se a criatividade que um dia aqui habitou
A criticidade, os questionamentos, sonhos... perdidos
Volte... voltem... antes que seja tarde demais...
Não se esqueça do seu remédio! Aproveite enquanto ainda dormes naturalmente
Mas a respiração falta, o ar se aperta, a cabeça gira! A cabeça grita!
Chegou sua hora! Hora de soltar-se dos cintos, dos medos. Retomar a esperança! Eu sinto.
Sinto muito.
Então chegou a hora. O alívio. A dor (?)
Por favor, não me salve! Não! Não me salve!
Já vejo a luz, já sinto a paz
Finalmente o fim! O começo do recomeço (?)
Meu fim. Minha volta.
Tudo que aprendi se espiritualiza. Aqui eu termino.
As lâmpadas se apagam
Os equipamentos desligados
O ar não mais me faz falta
Sou Aquele. Sou único
Sou O Criador, a cria, o pó